sábado, 30 de maio de 2009

Uma silhueta informe.


Não sou da favela, mas imagino um quotidiano paradoxal, alegre e angustiante, triste mas muito feliz, sombrio e maldoso mas amigável e cheio de solidariedade, uma conexão que sana a necessidade, ali encontramos verdadeira cooperação, e dessa união comunitária, nasce os filhos do morro, o rap e o pagode, por hora confabulemos do rap, ritmo e poesia, na verdade ritmo e prosa, pouca poesia, quase que repentistas urbanos, com versos saturados de dor e angústia, intensamente imersos numa vontade de desabafo incontida, que é extravazada através de um microfone e de instrumentais americanas e das mais variadas ideologias políticas, formando no subterrâneo da sociedade um duto de informaçôes que vão e vem transitando entre nomes como os Racionais Mcs e G.O.G e etc, preconizando aos ouvintes um despertar social forjado na consciência individual visando a trasformação coletiva, dessa conjuntura temos uma figura bastante peculiar e distinta em seu modo de ser, " O movimento hip-hop".

Formei um grupo de três aos dezoito em noventa e sete, Influência Vital, influênciar à vida, uma propasta simples, mas ainda vago na mente de um jovem-homem informe intelectual e sociológicamente, desfez-se o grupo enfim, a proposta não, ela não se desfaz quando se é essência, e uma essência nutrida mesmo confusa e sofrendo alteraçôes, possui sua própria alma e fôlego nas maiores tempestades da vida, injustiça, preconceito, fome, exploração, desdem dos parlamentares que dizem se "lixar" para a opinião pública, a ciência dos fatos horrendos que se infiltram em toda as camadas da sociedade, dos relacionamentos, da religião, da política, da arte, da música, e cabe analisar o rap como música esse Titã marginal,
  1. Sua força se originou de um amamentamento proficiente," a indignação que a miséria produz", esse cadino que engendra um poder inato de inadequação à uma realidade sôfrega, por ser oriunda d uma balança fraudulenta, ou seja, revolta e paixão por uma vida livre de preconceitos e das algemas que impede essa liberdade.
  2. Apesar das letras que desmoronam toda a pretensão burguesa, da força das batidas emaranhadas em prosas temperadas com auto-estima, consciência social, situação política, falta ao rap não muita coisa, que está logo ali, é a musicalidade, a excelência como arte, a beleza que chega aos ouvidos e encanta os ouvintes.
Sem perder sua razão é necessária sua transformação, ou uma modificação estética, uma cirurgia plástica nesse "Frankstein desengonçado", que precisa se alinhar em compreensão as mudanças que gravitam interna e externamente ao seu corpo colossal.
( João Neto )

Um comentário:

  1. A música seja ela de que gênero for, é e sempre será comercial, salvo raríssimas excesões.

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